O processo construtivo resume-se, assim, em quatro fases: produção da estrutura, acabamentos e instalações, transporte e assemblagem.

Do ponto de vista técnico, destacamos quatro fatores essenciais que conduziram o desenvolvimento deste projeto:

Flexibilidade – o seu desenho faz deste um sistema flexível, que pode ser utilizado para diferentes programas para além da habitação, permitindo ainda ampliações posteriores à construção (através da junção de novos Gomos) ou adaptações a diferentes condições de terreno;

Facilidade de transporte – a modelação foi otimizada de forma a facilitar o transporte, garantindo simultaneamente um dimensionamento que cumpre toda a legislação aplicável;

Eficiência energética – as opções adotadas, tanto em termos da compartimentação interior – que define corredores de ventilação natural – como em termos de soluções de isolamento, climatização e iluminação, permitem a obtenção de edifícios de baixo consumo energético;

Qualidade construtiva – a produção de todos os componentes é realizada em ambiente de fábrica, sob condições altamente controladas, o que se traduz em soluções previamente testadas, evitando patologias construtivas tantas vezes verificadas na construção tradicional.

O desenvolvimento do projeto resulta duma parceria entre vinte empresas de diferentes áreas, desde a pré-fabricação até à tecnologia e automação industrial. Neste caso, a função da arquitetura é a de fazer a síntese, ou seja, aproveitar o know-how de cada empresa no sentido de potenciar cada caraterística do sistema.

GOMOS #1 constitui o protótipo do sistema Gomos, sendo a primeira unidade construída, localizada em Arouca. O programa requerido era claro: uma casa com dois quartos (que pudesse ser estendida para três quartos no futuro), para ser usada por pessoas que estariam envolvidas num projeto de agricultura biológica, usando alguns campos agrícolas nas proximidades da casa. O programa incluía também um edifício exterior para armazenar os implementos agrícolas. A premissa mais importante: construir da forma mais rápida e menos dispendiosa.

A nossa resposta resultou nesta pequena casa com sala e kitchenette, quase sem espaços de circulação. O edifício anexo resultou num mero “telheiro” em betão, sem eletricidade nem janelas, servindo apenas a sua função básica. Podemos afirmar que o programa era tão simples quanto o resultado final.

No entanto, o importante a salientar não é o resultado final, mas sim o processo e a sua eficiência e simplificação. Esta casa foi construída em três meses em fábrica (mais três dias no terreno), num período 5 vezes mais rápido do que a média em Portugal, sem comprometer a qualidade estrutural do edifício.

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Este projeto foi concebido com base no Sistema GOMOS.

Fotografia ©Tiago Casanova